Andros Silva e Adeildo da Igreja. Foto: Gonzaga Jr

“Mano, politicamente, não tem a mesma habilidade que tinha Anderson”, diz Adeildo da Igreja em entrevista ao Blog do Andros

Pouco tempo após a “polêmica” votação da reforma administrativa, que aconteceu na quarta-feira (14), abordei o presidente da Câmara do Jaboatão, o vereador Adeildo da Igreja, na recepção da Casa Legislativa a qual preside. Ele vinha descendo a escadaria de ligação ao seu gabinete… “Uma palavrinha sobre a sessão vereador?” topou na hora e me convidou até a sua sala.

No espaço, lógico, falamos sobre os motivos que levaram os parlamentares da Vidal de Negreiros a dizer “não” a Mano Medeiros, rejeitando com 20 votos contrários um projeto que aparentemente seria positivo para a cidade, o que não gera danos ao erário, não pode ser visto com maus olhos.

Diante da oportunidade de entrevistar o homem que ocupa a cadeira mais importante da Câmara, não poderia me limitar à perguntas relacionadas a ideia ‘rejeitada’ de Medeiros. Fui além e perguntas como: “de onde veio o insucesso nessas eleições, quando se lançou candidato a deputado estadual”, “se a Família Ferreira mais ajudou, ou atrapalhou neste processo” e se de fato “existiu uma conversa dele com o atual prefeito Mano Medeiros visando a possibilidade de ser o candidato a vice nas próximas eleições”, surgiram. Concentrado, o presidente respondeu todas sem arrodeio.

Na hora de avaliar a diferença entre Anderson Ferreira e Mano Medeiros, ex e atual chefe do Poder Executivo do município, mandou sem titubear: “Anderson Ferreira é muito experiente. Um político de vários mandatos e fez uma belíssima gestão. Mano não é uma pessoa muito política. É mais técnico. Ele é muito inteligente, sabe o que está fazendo, conduz bem, agora politicamente não tem a mesma habilidade que tinha Anderson. Mas eu avalio como boa essa administração dele.”

Se vem candidato em 2024 a prefeito? Claro que perguntei, mas aí você confere no bate-bola que segue abaixo. Simbora conferir?

Concentrado, Adeildo não se esquivou das perguntas. Foto: Gonzaga Jr

Andros Silva: Vereador… Por qual motivo, a reforma administrativa da prefeitura, um projeto que aparentemente seria positivo para a cidade do Jaboatão, foi reprovado nesta casa?

Adeildo da Igreja: Eu também acho que seria importante para a parte organizacional da prefeitura, mas é isso, foi a decisão dos vereadores e a gente tem que respeitar. Coloquei em pauta e a gente respeita a decisão dos vereadores. Câmara Legislativa é isso, é aprovar, é reprovar, é construir, é ver o que é melhor para a cidade, e neste momento a Câmara viu que não era possível aprovar esse projeto.

Os vereadores estariam chateados com o prefeito e por isso tomaram essa atitude, com ares de retaliação?

Não existe retaliação. Principalmente com o prefeito Mano Medeiros que está aí a menos de um ano, tentando fazer um modelo de governo com sua marca. Então eu acho que não tem nada de retaliação não. Isso serve de construção, tudo é alinhamento. Apenas os vereadores acharam que no momento este projeto não deveria passar.

“Eu também acho que seria importante para a parte organizacional da prefeitura, mas é isso, foi a decisão dos vereadores e a gente tem que respeitar”

Perguntei ao líder do governo (Belarmino Sousa) e vou perguntar ao senhor… Mano voltará a tratar do assunto junto aos parlamentares?

Se ele achar que é tão importante, acho que ele deve convocar sim uma nova reunião. Política é isso, é conversar dia a dia.

Vereadores de pé, se posicionando contrários ao projeto do Executivo. Foto: Gonzaga Jr

Mudando de assunto, o insucesso nessas eleições, quando se lançou candidato a deputado estadual, de onde veio?

Falta de planejamento. Não planejei a minha candidatura para deputado estadual (Adeildo foi escolhido às pressas pelo grupo Ferreira. Fred, vereador do Recife e integrante da famosa família de políticos desistiu de concorrer. Motivos? Até agora ninguém me contou) tive 19.295 votos de confiança, sem comprar nenhum. Essa é a minha força, minha fortaleza. Posso dizer que estou de cabeça erguida. Não é só ganhando o mandato que você diz que saiu vencedor, não! Eu já me considero vencedor porque fiquei credenciado em Jaboatão a me planejar. Agora sim estou fazendo um planejamento para a minha vida e com a graça de Deus e de Nossa Senhora eu vou conseguir fazer um planejamento do jeito que eu quero. Eu fui empurrado a ser candidato, de última hora, por isso não tivemos sucesso.

A Família Ferreira mais ajudou, ou atrapalhou neste processo?

Vamos dizer que ajudou, vamos dizer que ajudou… (risos)

Marlus Costa, seu colega de Casa Legislativa, fez de um tudo para ocupar o lugar que o senhor ocupou. Ele queria ser o candidato dos Ferreiras à Alepe. Como ficou a sua relação com ele após esse episódio? Dizem que ele, também tem o desejo de entrar na disputa pela prefeitura em 2024. O que o senhor acha da ideia?

A minha relação com Marlus ficou normal. Tem um arranhãozinho, porque eu queria o apoio dele e não concordei quando ele saiu para apoiar uma candidata que não é de Jaboatão (Marlus declarou apoio a Roberta Arraes, que nasceu no Sertão da Paraíba e radicou-se nas terras do Araripe pernambucano. Ela tentava renovar o mandato de deputada estadual, não teve sucesso) eu acho que Jaboatão merecia uma chance. Ele tinha direito de ser candidato naturalmente também. Vereador de segundo mandato, instalado em Jaboatão, tem sua história na cidade. Zero bronca com o vereador Marlus, está tudo resolvido. Em relação a candidatura a prefeito, não vejo nenhuma impossibilidade dele também ser candidato. Ele tem esse direito também. Tem dois mandatos de vereador, residente em Jaboatão, pode ser, como eu já falei.

“Tem um arranhãozinho, porque eu queria o apoio dele e não concordei quando ele saiu para apoiar uma candidata que não é de Jaboatão.” Foto: Gonzaga Jr

O senhor vem em 2024 candidato a prefeito?

Todo cidadão tem direito de ser candidato a prefeito em sua cidade. Eu, não sou diferente. Estou me preparando e andando Jaboatão para em 2024 me colocar à disposição da cidade. Não sou nenhum Salvador da Pátria, vou para o terceiro mandado como vereador, quarto mandato consecutivo de presidente da Câmara e se o povo, as lideranças políticas entenderem que eu posso ajudar, por que não? Estou me preparando para mergulhar em mares mais profundos, não nego.

Existiu uma conversa do senhor com o atual prefeito Mano Medeiros visando a possibilidade do senhor ser o candidato a vice dele nas próximas eleições?

Existiu. Como existiu também um desgaste em cima disso. De algumas pessoas, alguns secretários, de achar, opinar que eu não deveria ser. Eu não dependo nem de um, nem de outro, dependo da população, da minha decisão, que é pessoal, e da minha família. Então eu vou tomar no momento exato, no momento certo, a minha decisão.

Já chegando ao fim, antes de encerrar, me diga. Como é está à frente dessa casa por todo esse tempo?

Não é fácil. São 27 cabeças, cada uma pensando diferente e a gente tem que conciliar, se não for conciliado o presidente não trabalha. Se não tiver um alinhamento com os 26 vereadores, ninguém consegue trabalhar, por isso que tudo aqui é feito em sintonia. Tanto é que eu fui eleito em três mandatos, quatro na verdade, o próximo já vem aí em janeiro. Se não houvesse esse alinhamento, eles não permitiriam eu ser reconduzido (à presidência).

“Todo cidadão tem direito de ser candidato a prefeito em sua cidade. Eu, não sou diferente.” Foto: Gonzaga Jr

Finalizo perguntando: Qual a diferença entre Anderson Ferreira e Mano Medeiros, ex e atual chefe do Poder Executivo desta cidade?

Anderson Ferreira é muito experiente. Um político de vários mandatos e fez uma belíssima gestão. Mano não é uma pessoa muito política. É mais técnico. Ele é muito inteligente, sabe o que está fazendo, conduz bem, agora politicamente não tem a mesma habilidade que tinha Anderson. Mas eu avalio como boa essa administração dele.

Presidente, obrigado!

Valeu meu irmão, muito obrigado.

15/12/2022 às 10:22 – Por Andros SIlva

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