João Galamba. Foto: Divulgação

Dia do Trabalhador: temos que comemorar?

O 1º de Maio, Dia dos Trabalhadores, é símbolo de grandes conquistas, como a luta por jornadas de oito horas e melhores condições de trabalho no mundo. Lutas antigas, mas tão atuais, uma vez que ainda hoje, quase 200 anos depois daquelas conquistas, a população brasileira implora não por direitos e suas aplicações, mas sim pelo direito de ter um trabalho, uma oportunidade de emprego, uma chance de sobreviver com o mínimo de dignidade.

O Brasil é um paradoxo onde pessoas morrem de fome e ao mesmo tempo temos outras fazendo filas para comprar carro. Onde o homem chegou na lua, mas não descobriu a cura do câncer. Onde Tribunais de Justiça querem fazer calçada da fama, enquanto milhares de pessoas não têm onde morar. Em um Brasil onde existe a previsão em algumas convenções coletivas de trabalho para garantir água potável para o trabalhador.

A luta por um trabalho mais digno é uma questão que se mantém atual e urgente, especialmente no Brasil, onde trabalhadores são submetidos a condições precárias, baixos salários e a ausência de proteção social.

Os diversos desafios da sociedade contemporânea colocam à prova exatamente as premissas protetivas do trabalho, demandando sempre uma reflexão histórica do porquê os direitos trabalhistas foram construídos e a razão de nosso compromisso com eles.

Apesar de ainda estarmos muito aquém da evolução que precisamos atingir no que diz respeito à diversidade e equidade de gênero no mercado de trabalho, o retorno no passado pode nos lembrar o quanto foi difícil romper certas barreiras sensíveis, mas fomos capazes em realidade menos disposta a rever padrões e valores, sendo que isso pode nos dar energia para construir o futuro que queremos como sociedade.

Em um Brasil com milhões desempregados, muita informalidade, o mundo está em guerra, inflação e juros altos. Portanto, nada se comemora em mais um Primeiro de Maio. Então, que nesse dia a gente faça uma retrospectiva das grandes conquistas no universo do trabalho para mobilizar esforços coletivos de ressignificação do trabalho enquanto atividade que dignifica, repensando o trabalho e construindo soluções que possam garantir um futuro sustentável.




30/04/2024 às 15:29 – Por advogado trabalhista João Galamba

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