Teve início na noite da quinta-feira (08), na Praça do Arsenal, no Bairro do Recife, mais uma edição do Festival Nacional da Seresta, evento já consolidado no calendário cultural da capital pernambucana e que, em 2025, completa 30 anos de história celebrando a música romântica. A primeira atração a subir ao palco foi Marco César e o Quarteto Chorado.
Logo depois, por volta das 21h, foi a vez da banda The Rossi. Sob o comando de Ledo Silva, o grupo fez um tributo, como acontece em todas as suas apresentações, ao eterno Reginaldo Rossi. No repertório, não faltaram sucessos como Garçom, Recife Minha Cidade e Leviana. A fase mais roqueira do Rei do Brega também foi lembrada com Tô Doidão. Como de costume, o encerramento veio em clima de Carnaval, com muito frevo ao som de Vassourinhas, como Rossi costumava fazer.

Nos bastidores, o produtor Sandro Nóbrega, que acompanhou Rossi por longos anos e hoje trabalha com a banda, relembrou uma passagem interessante do início da trajetória do grupo. “Diziam que não passava de seis meses”, revelou. Mas graças aos amantes da boa música, o tempo mostrou a quem fez essa profecia frustrada que eles seguem com agenda lotada. Vida longa à The Rossi.
Em seguida, quem comandou o palco foi Gilliard. Vestido com um elegante terno azul, o cantor encantou o público com clássicos de sua carreira e homenagens. Interpretou Tenho um Amor Melhor que o Seu, uma canção de Antônio Marcos, nome marcante da Jovem Guarda, e fez uma emocionante homenagem a todas as mães. Ao lembrar da sua, se emocionou bastante, em clima de antecipação para o Dia das Mães, comemorado no próximo domingo (11). Para fechar sua participação, não podiam faltar os sucessos Pouco a Pouco e Aquela Nuvem, que arrancaram aplausos calorosos.

Já era madrugada de sexta-feira (09) quando Adilson Ramos subiu ao palco. Mesmo aos 80 anos, o artista mostrou disposição de sobra e levou o público ao delírio com canções como Lêda, Solidão, Matinê e Olga. A plateia, formada por todas as faixas etárias, permaneceu firme até o fim da apresentação, mesmo com o céu ameaçando desabar uma forte chuva a qualquer momento — ainda bem que não caiu, ficando apenas na “ameaça.”
Entre os presentes, a pequena Ana Letícia, de apenas 9 anos, foi um dos destaques da plateia. Acompanhada do pai, Marcílio Ricardo, de 40 anos, e parte da família que veio de Igarassu, ela impressionou ao cantar todas as músicas do início ao fim, mostrando que sabe todas as letras na ponta da língua. Um verdadeiro retrato da passagem de geração para geração proporcionada pelo festival.

O Festival da Seresta continua nesta sexta-feira (09), com apresentações de Walmir Chagas, Leonardo Sullivan, Odair José e Joanna. Já no sábado (10), último dia do evento, sobem ao palco o projeto “Elas Cantam Roberto”, Marquinhos Moura, Kátia e Biafra.
Com três décadas de tradição, o festival segue firme no propósito de manter viva a memória afetiva da música romântica brasileira — e mostra, ano após ano, que ainda há muito amor para cantar.

09/05/2025 às 10:40 – Por Andros Silva