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“Deixem vir a mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino dos céus pertence aos que são semelhantes a elas” Mateus 19:14


É com essa passagem bíblica que inicio o texto de hoje, após a Páscoa de Cristo, te convido a refletirmos junto o que Cristo nos deixou sobre as crianças.

Popularmente a sociedade enxerga a criança como errada, um ser egoísta, inapropriado e que precisa ser consertado pelo adulto. Você já pensou assim ou conhece alguém que acha isso?

Mas esse pensamento vem em contramão ao que Jesus disse: “o Reino dos céus pertence aos que são semelhantes a elas”, se o Reino dos Céus pertence às crianças, o reino dos Céus é um lugar cheio de pessoas egoístas? inapropriadas e que precisam ser corrigidas?

Bem, eu acredito que não!

Entre o que Jesus disse e o que a sociedade fala, eu prefiro acreditar em Jesus.

Por isso, quero trazer essa nova visão, esse novo olhar sobre quem são as crianças.

Eu acredito que todos nós fomos desenhados por Deus, Deus em sua criação viu que tudo o que Ele fez era Bom e criou o homem à sua imagem e semelhança (isso é bíblico também). Por isso, entendo que todos os seres humanos são imagem e semelhança de Deus e nascidos a partir de um projeto, desenhado, feito por Ele. 


Assim, a essência humana está em Deus, está em seu Criador. Logo, nossa essência é boa.

As crianças não conhecem esse mundo, chegam aqui puras, desconectadas do mundo que vivemos e conectadas apenas com elas mesmas e seus cuidadores. Se o bebê sente um desconforto em sua barriguinha, entende que precisa pedir ajuda e chora por isso, esperando que seu adulto cuidador, conectado a ele, o atenda.

Se os bebês estão desconectados do mundo terrestre, estão por sua vez, muito mais próximos à sua essência, à sua bondade. E é esse mesmo olhar que a Disciplina Positiva compartilha sobre as crianças.

Acreditamos, para além da fé em Deus, mas pelo o que a ciência traz, que as crianças nascem boas, compassivas e cooperativas e é a ação dos adultos sobre essa criança que a transforma em inapropriada, egoísta ou em outras palavras, as tornam em pessoas feridas. São as incompreensões adultas, a falta de escuta, acolhimento, afeto e orientação que promovem nas crianças comportamentos difíceis e que por cegueira, o adulto culpabiliza a criança.

Isso quer dizer que tudo o que as crianças fazem é certo?

Não! Crianças erram. Mas adultos também erram e os adultos estão nesse plano terrestre a mais tempo que elas. Os adultos têm um cérebro, órgão que comanda todo o corpo, muito mais amadurecido e evoluído do que as crianças e os adultos também têm muito mais repertório de vida do que as crianças e mesmo assim, erram, então, porque somente as crianças são as inadequadas? as corrigidas? 

É com a fala de Cristo que deixo essa reflexão para nós: “Deixem vir a mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino dos céus pertence aos que são semelhantes a elas”, o que nós adultos perdemos do que as crianças são? 


Onde ficou nossa essência bondosa, compassiva, cooperativa?

Eu acredito num Céu bom, onde não haja tristeza, choro e violência. Assim como é a leveza, a alegria e a generosidade que habita no coração das crianças.

Deixo então um convite, que possamos preservar a essência da criança, corrigir sim seus erros mas ao fazê-lo, lembrar que também somos humanos e também cometemos erros, para que não pese sobre elas uma punição que não cabe. Para que aprendam a evitar o erro através do amor e não pela dor.

Que a alegria da Páscoa e a pureza das crianças esteja em nossos lares!


Giovanna Almeida é Psicóloga, Mãe, Escritora e Educadora Parental

Contato: giovanna.psico10@gmail.com
Instagram: @gialmeida_psico


11/04/2023 às 20:35

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