Amar, esse verbo mágico de incomensurável grandeza, é querer bem a outras criaturas, cuidar da sua felicidade, respeitá-las como a sí mesmo, ainda que desconhecidas, bravas ou inimigas, ampará-las em seus momentos de amargura. As criaturas amadas, em sentido amplo, podem ser gente ou animaizinhos estimados em casa, bichos selvagens feridos, presos em armadilhas, precisando serem socorridos, ou até mesmo em situação de rua, silvestres ou domesticados, sedentos, famintos, emagrecidos.
Ser cronista de um blog é “dar a cara a tapa” no dizer do Andros, em busca da felicidade própria e dos outro, (outros indo além da espécie humana), embora só as pessoas saibam ler, entender o sentido da leitura e da literatura.
É comprar briga de quem está com razão e não pode exercitar a defesa dos seus interesses por ser o lado mais fraco, como no caso dos ucranianos atacados pela Rússia para tomar-lhes o território, ou dos palestinos esmagados por Israel com seu excesso de rigor dificultando a entrada de mantimentos no teatro de operações, ou das vítimas de terrorismo, crime hediondo contra a humanidade em qualquer parte do mundo.
O cronista quando reclama da carga excessiva na carroça puxada por um burro além das suas forças sob a malvadeza de impiedosa chibata, atrai para sí a ira dos carroceiros (não apenas a raiva de um deles) que se julgam tolhidos no labor de ganhar “o pão de cada dia com o suor do próprio rosto” esquecidos de que esse pão pode ser ganho com menos sofrimento. O suor do animal também não precisa ser tanto.
O colunista deve ter convicção do que faz, ser resiliente nas incompreensões daqueles que se incomodam com seus reclamos e opiniões, desculpando-os até quando acusado de ter diploma impresso em papel higiênico usado, entre outras ofensas. “Enquanto os cães ladram a caravana passa”, sem chutes, sem pedradas, sem porradas. Se os latidos param a caravana é porque seu barulho vale mais que o silêncio do movimento e a carruagem anda na frente dos cavalos. Nem por isso os cães que ladram devem ser desamados.
José de Siqueira Silva é Coronel da reserva da PMPE
Mestre em Direito pela UFPE e Professor de Direito Penal
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17/04/2024 às 19:19