Quem espera lucros da guerra, erra

Empreender guerra não é um bom negócio. Diz o Papa Francisco que todos saem perdendo. Perdem vidas humanas, desestruturam-se social e economicamente, devastam o meio ambiente, banem a paz e o progresso, inibem a produção de bens, geram fome e desemprego.

A beligerância da Rússia contra os civis ucranianos extrapola as leis da convivência internacional, desconhece os direitos humanos prevalecentes em situações guerreiras. Não respeita o socorro das vítimas de seus ataques, entre elas crianças, mulheres e idosos, alveja pessoas nos corredores de fuga, bloqueia a passagem de alimentos para matar de inanição quem reside nas cidades sitiadas. Bombas criminosas destroem prédios residenciais, escolas maternais, colégios, teatros, hospitais, maternidades. Nem as gestantes e crianças de berço são poupadas da sanha assassina desses genocidas.

As democracias no mundo reagem com indignação e cautela, temerosas do risco de nova conflagração mundial.

“Empreender guerra não é um bom negócio. Diz o Papa Francisco que todos saem perdendo“

Pressionam o invasor russo com embargos econômicos para que suspenda as hostilidades à Ucrânia, mas cuidam de não envolver seus exércitos no conflito, embora estejam preparados para tanto.

Os ucranianos defendem-se como podem, seu patriotismo surpreendeu os inimigos que não contavam com uma resistência tão persistente e corajosa.

A inteligência americana denuncia que Putin prepara-se para utilizar armas químicas e bacteriológicas. Ele nega, mas quem acredita? Sua estupidez e ambição extremas aliadas a uma crueldade sem limites, são capazes de fazê-lo optar por arma atômica, no intuito de governar as terras arrasadas inclusive as da Rússia.

Putin não fede a enxofre nem a chifre queimado. Perfuma-se para camuflar os odores. Dizem que é um anjo do mal, fugido do inferno para exterminar a humanidade.

José de Siqueira Silva é Coronel da reserva da PMPE
Mestre em Direito pela UFPE e Professor de Direito Penal
da FOCCA

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29/03/2022 às 20:41