Foto: Rodolfo Loepert/Prefeitura do Recife

João Campos deixa abertura do São João do Recife para fortalecer palanque no sertão

Nesta quinta-feira (12), Dia de Santo Antônio, enquanto a abertura oficial do São João toma conta do Recife, o prefeito João Campos mira em outra direção. Pela primeira vez, decide virar as costas para a capital e embarcar rumo a Petrolina, onde os festejos também começam. A escolha não é apenas junina, é estratégica. João quer plantar seu nome no sertão, onde ainda é figura pouco conhecida, mas que pode render frutos em 2026, caso leve adiante o projeto de disputar o Governo de Pernambuco.

A ausência no Recife, justo no pontapé de uma das festas mais tradicionais do município, chama atenção. Afinal, é aqui que estão sua base eleitoral, seu povo, sua história. Mas o prefeito prefere estar ao lado de Simão Durando, gestor de Petrolina e aliado fiel. A cidade sertaneja, diga-se, segue como reduto da poderosa família Coelho. Mesmo com tropeços recentes, os Coelho ainda mandam por lá. E João quer entrar nesse circuito.

Para completar o pacote simbólico, ele estará acompanhado da deputada federal Tábata Amaral, sua namorada, também do PSB. Junta o útil ao agradável: Dia dos Namorados, agenda política, palanque reforçado e uma boa dose de mídia. Quem também marcará presença é Marília Arraes, ex-crítica do prefeito e hoje sua aliada. A reaproximação reforça o movimento de costura política que João, atual presidente nacional do PSB, tem feito para ampliar sua influência no estado.

E não é pouca gente no entorno. Confirmaram presença os irmãos Fernando Filho, Antônio Coelho e o ex-prefeito Miguel Coelho, aquele que disputou o Governo do Estado em 2022, perdeu, apoiou Raquel Lyra e foi solenemente ignorado depois da vitória. Agora, tenta se reencaixar ao lado de João Campos, numa aproximação mais pragmática do que qualquer outra coisa. Álvaro Porto, presidente da Alepe e crítico declarado de Raquel, também embarca no bonde. Vem se afinando, aos poucos, com os planos do prefeito recifense.

No papel, tudo parece bem alinhado. Mas fica a pergunta: será que o recifense vai engolir essa ausência logo no início da festa que move o coração da cidade? Ao trocar o passo de forró na Rio Branco e no Sítio Trindade por conversas ao pé do ouvido no sertão, João mostra que está com a cabeça em voos mais altos. Só não se sabe ainda se esse arremesso vai cair em solo firme ou se será visto como mais um oportunismo político envolto em camisa xadrez.



12/06/2025 às 12:01 – Por Andros Silva

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