É preocupante o rumo incerto que se infere da postura, do passado e do presente dos candidatos, exímios e descarados prometedores de maravilhosas condições de vida para o povo que não pretendem realizar, salvo poucas exceções em que se pode crer.
Os postulantes, embora sejam muitos, dividem-se em dois grupos: os da direita que se rotulam defensores do bem, do armamentismo, do extermínio dos delinquentes (menos delas mesmas quando delinquirem) e os da esquerda, chamados pelos opostos de herdeiros exclusivos da corrupção e praticantes incorrigíveis do mal.
O apoio das religiões, que representariam a santidade do bem, é disputado sobretudo pela direita, que sugere o céu como recompensa, atribuindo a esquerda o inferno eterno.
A polarização entre os dois lados é tão intensa que não sobra espaço para considerar o meio. Lado é lado. Ou se é da direita ou da esquerda, quem buscar terceira opção, hoje, politicamente não subsiste.
Historicamente, constata-se que misturar divindade com política é um desastre, já se matou muita gente por conta disso e ainda se mata. Há poucos dias, em nome de Alá, uma jovem de 22 anos, MahsaAmini, foi assassinada pela polícia política e religiosa do Irã por haver ousado mostrar em público a beleza do seu rosto.
Deus é Deus, não faz política, não persegue ninguém, não pratica corrupção, não promove o desemprego, não mata os pobres de fome, não ofende a honra alheia.
Se Deus para ser Deus, tivesse de ser governador, deputado, senador ou presidente, tendo que mentir, enganar os outros, praticar a infidelidade eleitoral traindo os eleitores, ele recusaria a disputa do cargo, teria coisa bem mais importante a fazer.
José de Siqueira Silva é Coronel da reserva da PMPE
Mestre em Direito pela UFPE e Professor de Direito Penal
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24/09/2022 às 09:09