O deputado estadual Romero Albuquerque (Partido Progressistas), que se auto intitula o “defensor dos animais”, soltou os cachorros contra as colegas de legislatura Gleide Ângelo (PSB) e Jô Cavalcanti, do coletivo juntas (PSOL). Nesta quinta-feira (3), durante entrevista ao jornalista Aldo Vilela, Albuquerque culpou as deputadas pela não realização da CPI para apurar as circunstâncias do assassinato da menina Beatriz Angélica Mota. “Se eu pudesse responsabilizar duas pessoas por não termos criado essa CPI, seriam Gleide e a Juntas”, acusou.
Antes, durante discurso na Reunião Ordinária da quarta-feira (2), Romero disse que as deputadas trabalharam contra a criação da comissão desde que ele deu início à coleta das assinaturas. Irritado com o que ele assinalou como “movimentação mal assombrada nos bastidores”, o deputado jogou nas costas da mandatária do coletivo Juntas a culpa pelo vazamento da lista dos parlamentares que já haviam assinado, ajudando assim a pressioná-los em desistir da iniciativa.
“Não achávamos que seria tão difícil. Esse não é um trabalho de oposição, nem é algo para expor ou duvidar do trabalho da Polícia. Muito pelo contrário. A CPI é uma prerrogativa de qualquer casa legislativa, tem sua legitimidade respaldada pelo regimento interno e, neste caso, tem o único objetivo de agregar às investigações”, explicou em tom de lamento o parlamentar.
Como funciona? Para ser protocolado, o pedido de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito precisa ter, além da assinatura do autor, o apoio de outros 16 deputados, totalizando um terço dos parlamentares.
Faltou uma… Albuquerque conta ter o apoio oficial de 12 colegas e o compromisso de outros três deputados de situação. Somando, ainda assim faltaria 1 assinatura para alcançar o objetivo. De acordo com ele, Jô e Gleide teriam se esforçado para jogar um balde de água fria nas articulações e argumentado, através de ligações e conversas, não haver necessidade de instaurar uma CPI.
03/02/2022 às 19:17 – Por Andros Silva