O Hezbollah, organização terrorista sediada no Líbano, intensificou seus bombardeios a Israel em apoio ao Hamas a partir de agosto deste ano, sem conseguir grandes baixas ou efeitos intimidativos, graças à defesa aérea das forças israelenses. O povo israelense guarda a memória viva do Holocausto, de que foi vítima durante a Segunda Guerra Mundial, quando cerca de 6 milhões de civis judeus foram cruelmente exterminados, sem a mínima chance de defesa, por não terem a força bélica de um poder estatal política e juridicamente organizado e reconhecido como tal na comunidade internacional.
Hoje, o Estado de Israel luta ferozmente para que se respeitem seus cidadãos, estejam onde estiverem, como quando foram sequestrados e mantidos como reféns no aeroporto de Entebbe, e o exército israelense, numa operação em território internacional, os libertou, eliminando os sequestradores. Infelizmente, nesse episódio, morreu o comandante da incursão.
Na presente guerra, os terroristas do Hamas invadiram o território de Israel, violentando-lhe a soberania ao matar mil e duzentos judeus e sequestrar 250 deles, dos quais ainda há reféns que não foram liberados. Netanyahu declarou em discurso na ONU, semana passada, que não haverá trégua em seu esforço guerreiro enquanto os reféns não forem liberados e os terroristas do Hamas e do Hezbollah não se renderem ou não forem exterminados.
No mesmo dia, sábado passado, em que ele discursou, três prédios foram bombardeados no Líbano pelos judeus, morrendo crianças e civis, de ambos os sexos, mas também foi eliminado o principal e mais poderoso chefe do Hezbollah, Nabil Qaouk, que se ocultava no subsolo de um dos edifícios demolidos.
Costumo dizer que toda guerra é reprovável, desvaliosa, comparada com a paz e pelos seus excessos. Não há dúvida, entretanto, que foi uma tragédia o perecimento de crianças e adultos no bombardeio; contudo, muito mais trágico seria permanecer vivo o líder do terrorismo. Querer uma dosimetria exata entre os males que cada parte combatente sofre e os que impõe à outra é absurdo. Portanto, não se quantifique como excesso injusto o número de vítimas a mais de um lado do que de outro.
José de Siqueira Silva é Coronel da reserva da PMPE
Mestre em Direito pela UFPE e Professor de Direito Penal
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30/09/2024 às 14:47