Mano Medeiros e Marlus Costa: Aproximação que confunde o eleitorado

Se dependesse do vereador Marlus Costa, o prefeito de Jaboatão, Mano Medeiros, não estaria sendo diplomado nesta segunda-feira (16) para comandar a cidade por mais quatro anos. Marlus apostou todas as fichas na deputada federal Clarissa Tércio, que não poupou ataques contra Mano, chamando-o de “laranja” e promovendo uma campanha repleta de críticas duras, sem qualquer sinal de respeito pelo adversário.

Esse tom agressivo foi replicado por Marlus, que serviu como um verdadeiro “alto-falante” para Clarissa amplificar suas acusações. Juntos, tentaram rotular a gestão do atual prefeito como “desumana”. No entanto, o tempo provou que a estratégia foi um fracasso. Clarissa perdeu força e foi derrotada ainda no primeiro turno, enquanto Marlus viu sua popularidade despencar. De mais votado nas últimas eleições, passou a ocupar a lanterninha entre os eleitos neste pleito.

Agora, Marlus parece querer deixar esse passado de ataques para trás, tanto que, desde as eleições, não fez nenhuma menção negativa a Mano, dando claros sinais de que busca espaço na base aliada do novo líder político da cidade. O vereador tenta, aos poucos, vincular-se à popularidade do chefe do executivo, talvez apostando na disposição de Mano em “perdoar”.

Mas Mano não precisou de Marlus para vencer. As tentativas de descredibilizar o prefeito não surtiram efeito, e a vitória expressiva reforçou que a maioria dos eleitores de Jaboatão confiou diretamente nele. Então, por que Mano aceitaria tê-lo em sua base agora? Há quem diga que essa atitude poderia ser vista como um aval aos impropérios lançados por Marlus no passado recente.

No evento de diplomação, onde ambos foram oficialmente declarados aptos a continuar com seus mandatos, apareceram juntos em fotos, sorrindo e fazendo sinal de positivo. Mano, que sempre cultivou a imagem de um gestor misericordioso e de bom moço, corre o risco de parecer falso para parte do seu eleitorado. Fingir que nada aconteceu pode dar a impressão de que ele aprendeu rápido os jogos da política — e de uma maneira nada positiva, diga-se de passagem.

Porém, o que mais intriga é o contraste: Mano parece abraçar Marlus, que lutou para derrotá-lo, enquanto se afasta de figuras como Jacinta Silva, vereadora que sempre esteve ao seu lado. Essa postura tem deixado muitos confusos e questionando suas reais intenções e princípios.

Sabemos que é preciso ter estômago para não vomitar ao lidar com a política, onde os aliados de hoje podem ser os inimigos de amanhã. Mas isso não significa que precisamos esquecer tão rapidamente as dores de cabeça desnecessárias que certos “futuros aliados” já causaram.




16/12/2024 às 22:47 – Por Andros Silva