As crianças de hoje, serão os adultos do futuro, como queremos que o mundo seja?
O que foi de gerações passadas, não precisa ser da sua criança hoje.
“Deixa chorando para entender que não terá a mãe pra sempre.”
“Meninos não choram.”
“Menina bonita não faz isso, seja boazinha.”
“Chorar é coisa de menininha.”
Bom, vamos entender porque essas frases não cabem para o nosso futuro de sociedade?
Você já parou para pensar que todas elas são retratos de dores de gerações passadas?
Há décadas atrás, os homens eram criados para a guerra, para serem fortes e defenderem com a vida o que fosse preciso.
As mulheres tinham o papel de criar homens fortes e criar mulheres que criariam mais homens fortes.
A cultura do afeto não cabia muito nas famílias, até porque, uma hora ou outra, aquele modelo de família seria desfeito, então quanto menos laço entre os membros, melhor.
Mais tarde, com a revolução industrial, a mulher passa a ter maior papel social e a cultura da produção se instala, onde, tem maior importância quem produz mais. Outro cenário onde a cultura do afeto não é favorecida, já que é preciso trabalhar muito para produzir/ter muito.
Com a pandemia em 2020, tivemos outro marco social. Pai, mãe e filhos dentro de casa, mas mais tempo juntos nos fez enxergar como é difícil se desfazer do que éramos no passado. Como é difícil cultivar o afeto hoje, já que historicamente fomos distanciados disso.
Mas hoje, sabemos o quanto o afeto é uma necessidade básica das crianças. Estudos recentes em neurociência apontam que há uma estrutura cerebral abaixo da Amígdala (órgão responsável pelas emoções), que se desenvolve até os 3 anos exclusivamente quando o bebê e a criança e nutrido de afeto.
Essa mesma estrutura, por fazer parte do sistema das emoções tem direta interferência no comportamento da criança. Uma vez que tendo recebido mais afeto, essa estrutura irá ser como reguladora dos impulsos enviados pela amígdala cerebral.
Na pandemia uma grande queixa dos pais foi a necessidade de atenção das crianças, conseguir dar a atenção que elas solicitavam e equilibrar as demandas profissionais e do lar, foi um dos maiores desafios vividos por grande parte das famílias.
A família estando mais tempo junta, ainda sim, não era o suficiente pois para muitos lhes faltavam repertório afetivo para cultivar isso. A atenção que a criança busca é justamente o afeto.
Quebrar esse ciclo que se arrasta por gerações é preciso para que possamos ter uma nova sociedade.
Quando não respeitamos o desenvolvimento das crianças, não compreendendo que seu modo de agir é se expressar condiz com seu tamanho, passamos a calar elas e exigir que se comportem como adultos, porém, elas ainda não têm essa capacidade.
Hoje nosso modelo de sociedade permite atendermos o afeto que nascemos tendo como necessidade.
Acolher o choro, abraçar, dizer como se sente, falar sobre seus sentimentos, são exemplos do que nos conecta com a nossa essência humana. O bebê chora para ser atendido, é inato a busca pelo outro, por carinho, olhar e cuidado principalmente no ambiente familiar.
O modelo de amor e afeto vivido na infância, que será referência tanto para as relações enquanto adulto, quanto para o educar das novas crianças, por isso, se queremos uma sociedade mais equilibrada Emocionalmente, o caminho é ofertar afeto, amor, carinho e acolhimento hoje.
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Giovanna Almeida é Psicóloga, Mãe, Escritora e Educadora Parental
Contato: giovanna.psico10@gmail.com
Instagram: @gialmeida_psico
13/03/2023 às 10:27