O poder de um político não é absoluto, nem pode ser usado como ferramenta de intimidação. O cargo público, conquistado pelo voto, não dá a ninguém o direito de calar vozes que questionam, tampouco de transformar a imprensa em um inimigo. Pelo contrário, quanto maior a responsabilidade pública, maior deve ser o compromisso com a transparência e o respeito à liberdade de expressão.
Jornalistas não são adversários de governos, nem cúmplices. São agentes da sociedade, encarregados de informar, investigar e cobrar. Seu papel é essencial para a democracia, garantindo que o dinheiro público seja bem empregado e que as promessas feitas em campanha não se percam no jogo de interesses que muitas vezes domina os bastidores do poder.
O uso da influência política para pressionar jornalistas, dificultar o acesso à informação ou descredibilizar o trabalho da imprensa é um sinal de fraqueza, não de força. Políticos seguros de seus atos não temem perguntas difíceis. Pelo contrário, compreendem que prestar contas à população faz parte da função pública.
Volto a dizer: o dinheiro e a influência de um político não o colocam acima da crítica. Em vez disso, impõem-lhe um dever ainda maior de agir com responsabilidade e respeito. Quem lida com recursos públicos deve estar preparado para ser questionado, pois governar, legislar e exercer qualquer cargo público não é um exercício de vaidade, mas de compromisso com aqueles que confiaram seu futuro a uma gestão.
A política e a imprensa podem – e devem – conviver de forma harmoniosa e respeitosa. Tentativas de intimidação, ataques e censura não apagam os fatos. Apenas revelam a fragilidade de quem se incomoda com a verdade. E, no fim, a verdade sempre encontra seu caminho.
19/02/2025 às 21:20 – Por Andros Silva