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Em matéria de convivência, transigir é mais feliz e faz a diferença. O casal transigir e ficar junto é melhor do que cada qual ter razão e ficarem separados. Se o convívio é político, mais sábio do que radicalismo é a convergência. Em assunto partidário, arrisca-se quem confunde sábio com sabido.
O sábio faz da honradez a sua história. A história do sabido acumula riqueza a qualquer custo. Convergir não é necessariamente mudar de lado, mas aproximar os extremos contrários, buscar entendimento. Mudar de lado não é coisa do outro mundo, nenhuma imoralidade. Se mudar, mudou, não precisa simular, ficar enganando.
Mudar frequentemente fulmina a confiabilidade, supõe o engodo, cria um enganador. O cordão azul não pode ser encarnado. No pastoril da vida cada cor tem seu lado. Mestra e contramestra em posições distintas, antagônicas. Diana mediando, sem partido, posicionada de qualquer lado, apartidária, elo de ligação em situações conflitantes definindo sentidos, mais próximos ou mais distantes.
Por questão de ética, o centro ou os centrões, dianas da política em processos legislativos ou de escolhas eletivas, deveriam desvestir-se de interesses vantajosos, cuidar só do necessário para o bem da coletividade.
Desconte-se que os centristas, criação dos cientistas da governabilidade, têm os mesmos defeitos dos fora do centro, um pouco mais, um pouco menos, decorrentes de suas excentricidades. Ao contrário das galinhas, ciscam para dentro, copiam o guloso churrasqueiro que só tem brasas para suas sardinhas.
O governante deveria saber que antes só do que mal acompanhado, mas essa descoberta não resiste à sabedoria de São Tomás de Aquino quando afirmou ser a solidão inimiga da virtude.
José de Siqueira Silva é Coronel da reserva da PMPE
Mestre em Direito pela UFPE e Professor de Direito Penal
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04/11/2025 às 10:56
