No Brasil e no mundo o clima ficou maluco. Chove, quando não se espera, faz sol quando já passou do suficiente. Geada cai das nuvens, o solo cobre-se de neve, faz frio, pessoas morrem afogadas, soterradas sob deslizamentos ou avalanches de todo tipo. A hipotermia congela moradores de rua, os desabamentos de prédios, as descargas elétricas e a contaminação das águas também produzem horror.
A humanidade reclama dos excessos, das intempéries, mas não cumpre a parte que lhe toca para evitar a poluição generalizada que os provoca. À custa de privação, jejum, fé e muita prece, escapamos à desertificação, ao alagamento permanente, mas a escapatória não chegou de mansinho como pediu Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, veio em demasia e com destruição, punindo exemplarmente nossos desmandos.
Somos impenitentes e inveterados predadores, impermeabilizamos o solo das cidades facilitando as inundações, contribuímos como nenhum outro ser vivente para o aquecimento global. Queimamos as matas, utilizamos combustíveis fósseis ao invés de energia limpa, renovável, tão disponível no universo.
Elegemos governos que até parecem residentes de outros planetas, prometendo devastar o restinho das condições de habitabilidade da terra em nome do desenvolvimento econômico, um falso progresso. Reclamar das calamidades importa, mas não a Deus. A Este cabe apenas implorar que melhore a mentalidade, os procedimentos, do povinho rude que colocou aqui.

José de Siqueira Silva é Coronel da reserva da PMPE
Mestre em Direito pela UFPE e Professor de Direito Penal
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07/02/2025 às 15:34