Imagem/Reprodução da Internet

Campanha Janeiro Branco: O mundo pede saúde mental

A campanha Janeiro Branco foi idealizada pelo psicólogo Leonardo Abrahão no ano de 2014 em Uberlândia – MG, onde buscou mobilizar toda sociedade brasileira procurando conscientizá-la da importância dos cuidados que devemos ter com nossa saúde mental, pois é, uma campanha criada e promovida por psicólogos com o propósito de convidar a população a discutir a importância do cuidado com a saúde mental em busca de mais felicidade e qualidade de vida.

O mês de janeiro foi escolhido devido toda simbologia cultural que este mês representa na vida das pessoas, pois com a chegada do novo ano, todos buscam (RE)planejar, traçar novas metas começando do zero e assim reescrevem suas próprias histórias. Muitas vezes, ao fim de cada ano, fazemos avaliações de como foi o ano que passou e de como queremos que o próximo seja, e a campanha propõe o debate e o planejamento de ações em prol de sua saúde mental.

“O mês de janeiro foi escolhido devido toda simbologia cultural que este mês representa na vida das pessoas”

Com a campanha pretende-se difundir um conceito ampliado de saúde mental e saúde emocional, como um estado de equilíbrio. Então, a campanha Janeiro Branco, assim como as demais: Setembro Amarelo, Outubro Rosa, entre outras, buscam conscientizar toda população para os cuidados que devemos ter com a nossa saúde mental. No Estado de Pernambuco começamos nossas ações no ano de 2017, onde tivemos a oportunidade de dar início a campanha Janeiro Branco em conjunto com outros profissionais que acreditaram nessa força em prol da saúde mental e da qualidade de vida dos pernambucanos.

Lembrando que Pernambuco foi o primeiro estado do País a instituir, em seu calendário oficial a campanha Janeiro Branco, a partir da LEI – 16.029 de 03 de maio de 2017, onde dedica-se a ações educativas e preventivas em nome da saúde mental do povo pernambucano. O projeto que originou esta lei foi de autoria do deputado Augusto César. E na cidade do Cabo de Santo Agostinho/PE, a campanha Janeiro Branco também tornou-se Lei Municipal – LEI 3.188/2017 – o projeto foi do então vereador Everaldo Cabral Júnior.

Qual a importância da conscientização?

A conscientização se faz imprescindível uma vez que os cuidados com a saúde mental ainda são alvo de preconceito. Atualmente, vivemos em um período em que hipervalorizamos as aparências. Buscamos aparentar que estamos sempre bem, e buscar ajuda profissional poderia ser um sinal de fraqueza. Além disso, o pouco conhecimento sobre o que é e para que serve a psicologia, apenas aumenta este preconceito.

Ressignificando e superando nossa história

Ressignificar as dores da nossa existência é uma tarefa complexa e árdua, passar por todo processo até chegar no que podemos considerar superação, nos tornam pessoas singulares, únicas em um mundo tão plural e diversificado. Ao tornar-se pessoa, enquanto seres biopsicossociais e espirituais chegamos ao nosso triunfo, mas como valorizar e encontrar o sentido diante das necessidades e até mesmo dos sofrimentos existenciais? Consideramos, que o ato de superar e ressignificar a própria história de vida, é antes de tudo um ato de autoconhecimento e autovalorização pessoal, que exige de nós alguns passos a serem alcançados dentro desse processo, como: coragem, força de vontade, criatividade, atitude, persistência, amor-próprio, fé, resiliência e superação. Além do encontro com o sentido da vida.

Para que possamos ser resilientes e encontrar o sentido da vida é preciso conhecer as cores, as dores e os sabores do existir diante do nosso autoconhecimento e da nossa autovalorização, para isso elaborei os recursos internos para alcançar a resiliência a partir da minha prática como psicóloga clínica, e apresento aqui suas sete características que considero importantes. Mas lembre-se de que não se trata de uma receita de bolo pronta, é preciso fazer adaptações de acordo com seu jeito de ser, e se você estiver em terapia, melhor será!

São elas:

  1. Coragem

    É preciso ter coragem para deixar que as marcas criem as suas cicatrizes. Passar pelas experiências, é como receber grandes oportunidades criadas para o autodesenvolvimento, portanto, seja corajoso ao encarar a sua própria história de vida, é o primeiro passo para quem deseja alcançar as mais altas montanhas, e assim ressignificar e superar cada obstáculo, assim como um rio que não passa por cima de suas pedras, pelo contrário, ele as contorna.

  2. Força de vontade

    Outro aspecto importante que chamo atenção é para a força de vontade, sem ela não saímos da nossa zona de conforto e ficamos parados vendo a vida passar. E não é isso que queremos. Pois o tempo passa para todos, e com ele a vida também um dia passará, e seremos uma mera lembrança no coração de alguém, ou não. É preciso saber viver, já nos dizia o grupo musical Titãs. Será que quem espera sempre alcança? Acredito que estamos em eterno movimento e esperar nos paralisa, somos valiosos demais para aceitar tão pouco, é necessário que sejamos exigentes, não no sentido de autocobrança, pois é prejudicial à saúde mental, mas no sentido de como eu estou valorizando a pessoa que sou? Vamos fazer um exercício? Diante do espelho, olhe-se, busque admirar-se e perceba que você é um ser humano magnífico, pois você é único e é uma obra prima do universo.

  3. Criatividade

    Todos nós somos criativos, portanto use sua criatividade para usufruir de uma vida melhor, com qualidade. O importante não é dar valor à quantidade de horas vividas, e sim poder interrogar-se sobre qual a importância tem sido dada à qualidade de vida? Se for preciso, saia na chuva, cante, dance, abrace as crianças e todas as pessoas que você ama e são importantes para você. Nunca esqueça de preservar sua criança interior, pois ela é a mola que te impulsiona a encontrar a esperança em dias melhores. E eles chegarão, acredite!

  4. Atitude

    Ter atitude é garantir para si mesmo que as rédeas da sua vida estão sob o seu controle, ter a atitude de não permanecer vulnerável aos altos e baixos que muitas vezes nos deparamos ao longo do percurso de nossa existência, mas isso não nos torna imunes aos acontecimentos, afinal eles não são programados, mas ter o poder da escolha nos faz compreender que somos responsáveis por nossa felicidade, portanto somos responsáveis por nós mesmos e principalmente diante de nossas escolhas e atitudes a serem tomadas, enquanto processo de tomada de decisão. É preciso compreender qual a autopercepção que tenho diante das minha atitudes na minha relação comigo mesmo e com o outro.

  5. Persistência

    A persistência é uma ação, e ao mesmo tempo uma atitude de amor. Ela nos mobiliza a continuar, ora acertando, ora errando, pois a perfeição não existe, porém ela é ilusória e pode nos levar aos desconfortos que essa busca incessante pode nos levar.

  6. Amor próprio

    Sem o amor, não seríamos nada. A força do amor-próprio fortalece o alicerce da nossa subjetividade humana, ou seja, da nossa história de vida.



  7. Tenha fé em você mesmo, pois ela nos sustenta e nos eleva. Que a nossa coragem nos ajude a valorizar nossa força de vontade, aguçando nossa criatividade, a fim de que a vida seja na prática uma ação persistente que nos impulsiona e nos leva ao nosso amor-próprio e elevando assim a nossa fé diante do que acreditamos e em nós mesmos. E assim poderemos ser resilientes sempre buscando o caminho que nos leva à superação.

    A minha experiência prática, de profissional da Psicologia Clínica, me trouxe muitas experiências vivas, pois cada cliente/paciente que pôde confidenciar suas belas histórias, mostraram-me na prática que o autocuidado a partir do acolhimento psicológico é eficaz para quem busca a autossuperação, podendo, dessa forma, ressignificar sua própria história. Lembre-se: não apresse o rio, ele corre sozinho.

Érica Cândido – Formada em Psicologia pela FAFIRE – é especialista em Saúde Mental e Psicopedagogia. Palestrante, atualmente é Logoterapeuta em Formação pela ALVEF (Curitiba) e LOGORIO. Trabalha como Professora no Grau Técnico do Cabo; Psicóloga do Hospital São Sebastião – Cabo de Santo Agostinho; Psicóloga Escolar no CESFA – COHAB/Cabo; Professora da Rede Municipal do Jaboatão dos Guararapes.

Contato: 81 – 9 8251.7053 ou 9 9909.5106
ericacandido.psicologa@gmail.com
Instagram: @logoterapia_pe


11/01/2022 às 09:42

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